Vejam só, procurando na internet provas para os estudos de meu marido, encontrei este poema. Gosto deste linguajar estranho, destas palavras desconhecidas, da rima cadenciada. Perdoem-me os que sabem mais que eu se estiver falando bobagem. Ah, mas sei de fonte segura que é barroco. Gostei mais ainda. E vejam só, é perfeitamente atual!
Fiquei longe por motivos de uma longa e querida visita, depois por uma doença desagradável. Estou voltando.
quinta-feira, 3 de novembro de 2011
As Cousas do Mundo
Neste mundo é mais rico o que mais rapa:
Quem mais limpo se faz, tem mais carepa;
Com sua língua, ao nobre o vil decepa:
O velhaco maior sempre tem capa.
Mostra o patife da nobreza o mapa:
Quem tem mão de agarrar, ligeiro trepa;
Quem menos falar pode, mais increpa:
Quem dinheiro tiver, pode ser Papa.
A flor baixa se inculca por tulipa;
Bengala hoje na mão, ontem garlopa,
Mais isento se mostra o que mais chupa.
Para a tropa do trapo vazo a tripa
E mais não igo, porque a Musa topa
Em apa, epa, ipa, opa, upa.
Gregório de Matos - vulgo Boca do Inferno
Quem mais limpo se faz, tem mais carepa;
Com sua língua, ao nobre o vil decepa:
O velhaco maior sempre tem capa.
Mostra o patife da nobreza o mapa:
Quem tem mão de agarrar, ligeiro trepa;
Quem menos falar pode, mais increpa:
Quem dinheiro tiver, pode ser Papa.
A flor baixa se inculca por tulipa;
Bengala hoje na mão, ontem garlopa,
Mais isento se mostra o que mais chupa.
Para a tropa do trapo vazo a tripa
E mais não igo, porque a Musa topa
Em apa, epa, ipa, opa, upa.
Gregório de Matos - vulgo Boca do Inferno
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